“De todos os lugares do corpo que o beijo visita, geralmente o mais cantado ainda é a boca, talvez porque a carne enfim nela aflore como em si mesma, vermelha, redonda, desejável, e que ela se abra nesse ponto, como um fruto, ao meio.”Cahen
O Beijo - Klimt
O beijo na boca não poderia ser explicado apenas levando em consideração a estética, pois ele está associado também a sua própria história.
Não se sabe ao certo sua origem, mas as referências mais antigas datam de 2.500 a.C., registradas nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
O Beijo, 188-1889. Auguste Rodin, Museu Rodin.
Foi a partir do Renascimento que o beijo perdeu sua função oficial e sagrada. O beijo que antes era tido como um ato de paz entre os fiéis e o clérigo, passou a ter conotação erótica.
Atualmente, os fiéis católicos partilham a paz com um aperto de mão. Os únicos beijos sagrados ainda praticados são os do sacerdote durante os atos litúrgicos
O beijo erótico é comum na cultura ocidental, árabe e hindu. Em algumas sociedades, o beijo é totalmente desconhecido, como entre os Somali, Cewa, Lepcha e Sirionó. Em outras, o beijo é repugnante, como no caso dos Tongas, do sul da África. Estes consideram os contatos boca-a-boca revoltantes, devido à possibilidade de troca de saliva.
O Beijo, 1892. Edvard Munch
O beijo está presente em momentos marcantes da história, das artes e da literatura, como o sopro divino de Deus em Adão, o beijo de Judas em Cristo, o beijo de Drácula e os beijos dos contos de fadas.
Sua origem é desconhecida, mas é aceita uma teoria evolucionista de que o beijo tenha raízes no ato das mães alimentarem os filhos boca a boca na pré-história. Por sua vez, para a Psicologia, o beijo pode estar relacionado ao ato da criança sugar o seio da mãe.
Terracota do séc. I d.C, de origem romana. Museu Britânico de Arte.