quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os Amores - Ovídio



Sob meu pescoço ela pôs os braços ebúrneos,
Mais alvos do que a neve da Sitônia;
Colocou, entre beijos de línguas cobiçando-se,
Suas coxas lascivas sob a minha,
E me chamou seu dono e me disse coisas ternas,
Com as banais palavras de costume:
Qual se tocado por cicuta glacial, meu membro
Frouxo abandonou o seu intento.
Tronco inerte ali fiquei, fantasma, peso inútil,
Sem saber se era corpo ou se era sombra.
Na velhice que futuro me espera, se a própria
Juventude malogra em seus deveres?


Ovídio

Os Amores VII: 7-18 e 63-84

Um comentário:

  1. Muito bom esse texto de Ouvídio, sobretudo, a escolha da pintura. Bom gosto, boa retratação. Parabéns.

    Trotta.

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