De Amaru
Século VII d.C.
Com mãos aflitas suas vestes busca,
a desfeita grinalda atira à lâmpada,
rindo confusa, e só procura ansiosa cobrir-se aos olhos meus.
Ah como é doce fitá-la assim, depois que nos amamos!
Dois reis em guerra são, amor,
teus seios, que o reino do outro cada um deles invade.
Enquanto dormes, tuas vestes se abrem:
não é um sinal para dormirmos juntos?
Tão firmes são suas ancas, de tão suave interior,
que não há no mundo imagens para dizê-las melhor.
Jogamos ambos aos dados o que entre as pernas jazia.
Mas mesmo que um só ganhasse – quem ganhava e quem perdia?
Quando ele quis ver-lhe os seios, num forte abraço o cingia.
Quando quis beijar-lhe os lábios, a pintura destingia.
E os dedos dele prendeu nas pernas que forte unia.
E ao desejo não cedia, que ela era quem acendia.
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